As dificuldades físicas que acompanham a idade, em certo ponto, tornam-se mais frequentes e comuns entre os idosos. Chegado este momento, a acessibilidade das moradias passa a ser uma questão para os próprios e seus familiares. Através de dicas fáceis de adaptação é possível deixar o ambiente mais confortável e seguro, além de prevenir as lesões do dia a dia – consideradas uma das maiores causas de hospitalização entre a faixa etária.
Por essa razão, neste artigo, traremos dicas de como organizar a casa ou apartamento para que o idoso siga com suas atividades e mantenha sua autonomia sem riscos. Isso porque o bem-estar, e em todas as idades, é algo que deve ser prioridade no lar. Lembrando também que após os 60 anos é muito comum o surgimento de mudanças no corpo e de outras demandas da rotina.
Selecionamos os benefícios e as formas de realizar adaptações em casa para diminuir os riscos de acidente. Vale ressaltar que a maioria das quedas deste grupo não acontece na rua, mas em casa, onde a pessoa se sente mais confiante e mais familiarizada com o ambiente. São vários os fatores que levam a essas ocorrências, como por exemplo a perda da acuidade visual, onde se compromete a profundidade dos objetos. Para evitar este caso, por exemplo, o recomendável é reforçar a iluminação dos cômodos.
Outro ponto de atenção é a dificuldade em se locomover e o surgimento de doenças como labirintite, que comprometem o equilíbrio. Barras de apoio, escadas seguras e passagens livres são essenciais para evitar quedas neste cenário. Por vezes, há diagnósticos que os fazem querer andar mais rapidamente, como incontinência urinária, que leva a tropeços ou acidentes no trajeto ao banheiro. Ou seja, todos os detalhes e situações devem ser levadas em consideração para a projeção de local seguro aos idosos.
Os geriatras aconselham ainda que, no caso de indivíduos em idade avançada e com problemas de mobilidade que morem sozinhos, existam assentos sanitários que são mais altos e reduzem o esforço no momento de assentar ou levantar. Assim como há sofás, camas e cadeiras com o alcochoado mais elevado.
Uma reforma geral na casa pode proporcionar mais proteção, mas em muitos casos uma adaptação mais simples já significa maior segurança e conforto. Abaixo, reunimos todas as dicas necessárias para adaptar sua residência pensando em ações específicas para cada ambiente. Em casos de diagnósticos e doenças específicas, o ideal é sempre conversar com o médico para providenciar a melhor rede de apoio ao seu familiar.
Ao longo dos anos, não somente os ossos do corpo ficam mais frágeis, mas também outras estruturas, como as articulações e músculos também. Logicamente, isso não se limita às pessoas acima de 60 anos, porém significa que elas podem estar mais suscetíveis a problemas que impactam seu bem-estar físico.
Em outros casos, há ainda os fatores psicológicos que podem causar certas inseguranças diante de alguns empecilhos do dia a dia, como agachar para pegar objetos em armários próximos ao chão, descer e subir escadas, escorregar no banheiro e mais circunstâncias.
De qualquer forma, buscar por adaptações na estrutura da casa ou do apartamento evitam o excesso de esforços, por exemplo, e demais desconfortos. Abaixo, as dicas que separamos para você colocar em prática.
Em geral há uma preocupação limitada aos quartos e banheiros, mas as passagens da casa que levam as pessoas aos cômodos, ou seja, o caminho, também oferecem os grandes riscos pela falta de apoio, diminuição da iluminação e até obstáculos encontrados no chão. Não à toa, as adaptações precisam contemplar também os halls, entradas e corredores.
O primeiro passo para preservar a segurança deve ser a instalação do corrimão em todas as paredes que levam aos diferentes ambientes. Assim, o idoso pode contar com um apoio para a locomoção em qualquer circunstância, evitando quedas bruscas.
A iluminação também deve ser ajustada. O conselho é optar por lâmpadas capazes de auxiliar a visão, evitando locais mais escuros que possam confundir quem estiver passando. Outra solução é instalar sensores de presença para que as luzes se acendam sem que seja necessário chegar ao interruptor no escuro. Por último, com o intuito de prevenir escorregões e tropeços, evite tapetes e móveis no caminho.
Esta é a regra mais básica de segurança. As barras de apoio são instaladas em pontos estratégicos da casa para, justamente, ser um auxílio na locomoção dos idosos. O mais comum é utilizá-las nos banheiros e próximo às escadas, mas a dica é colocá-las em todos os pontos onde não há como se sustentar em casos de desequilíbrio. Outro local importante são aqueles onde o idoso precisa de suporte para levantar, sentar ou deitar – próximos a camas e sofás.
Por segurança, as barras devem ser corretamente instaladas para serem realmente firmes, suportando o peso destinado em sua estrutura. Procure uma equipe especializada e um material de qualidade.
Por conta da dificuldade de movimentação, os móveis precisam ser firmes o suficiente para servir de apoio, conforme citamos anteriormente. Em relação aos assentos (cadeiras, poltronas e sofás), também precisam apresentar firmeza e a altura certa para que os pés se mantenham sempre apoiados no chão, ajudando no equilíbrio ao se levantar e sentar. Para poltronas e cadeiras, dê preferência para modelos com braços.
Especialistas ainda recomendam que os móveis e estantes sejam presos ao chão ou à parede e com bordas arredondadas. Objetos usados com frequência, como controles remotos de televisão e telefones, precisam ser posicionados em um lugar de fácil acesso.
O primeiro passo é excluir os tapetes! O item de decoração é um dos grandes responsáveis por tropeços que ocasionam quedas. A cama não deve ser muito alta para que não haja excesso de esforço ao se deitar ou se levantar. Caso o piso seja de madeira ou de outro material que exija polimento, o ideal é usar um produto que não o deixe escorregadio.
Para médicos e cuidadores, também não é bom mudar os móveis de lugar. Isso porque, conhecendo o ambiente, o idoso se sente mais seguro para ultrapassar possíveis obstáculos ou reagir mais rapidamente em situações de desequilíbrios.
Com toda certeza o banheiro é o cômodo tido como o mais perigoso da casa para os idosos. Em maioria, os acidentes acontecem nele, local onde o indivíduo está sozinho e se sente relaxado por estar em sua própria moradia. Além, claro, das quedas serem motivadas pelo ambiente úmido e muitas vezes com pouco apoio – as barras são indispensáveis e aconselhadas a serem instaladas ao lado do vaso sanitário e tanto dentro quanto na saída do box de banho.
Entre as formas de evitar acidentes no banheiro também está o uso do piso antiderrapante. E se a área destinada ao banho permitir, geriatras indicam o uso de um banquinho para que o indivíduo possa se sentar durante a lavagem – a dica é fundamental para idosos que já utilizam bengalas, por exemplo. Os melhores modelos são os mais firmes, de alvenaria ou presos por ventosas. Opções em plástico e dobráveis não devem ser usadas pois são frágeis e podem se quebrar com facilidade.
Torneiras e maçanetas são melhores no modo de alavanca, porque são mais fáceis de manusear em comparação com as circulares. Já as portas ideais são aquelas com largura mínima de 80 cm, pois proporcionam mais espaço na passagem – contemplando andadores e cadeiras de rodas. Também não devem conter trancas, já que esta dificulta o socorro imediato.
Se o piso antiderrapante não for uma opção no momento, invista em tapetes de borracha que podem ser fixados ao chão para evitar escorregões, principalmente no box.
Outra adaptação positiva é elevar o assento do vaso sanitário. Isso porque, ao flexionar menos as pernas, a pessoa garante mais estabilidade na hora de se levantar.
Tanto a altura da bancada, como a da pia, devem permitir a manipulação de alimentos ou a lavagem de pratos com o idoso sentado à sua frente. O que geralmente confere uma medida entre 80 e 95 cm. Em relação aos armários, o alcance deve estar entre 50 cm e 150 cm de altura, evitando que as pessoas tenham que se curvar ou subir em escadas para alcançar o objeto que desejam.
É comum que o chão fique um pouco molhado na hora de lavar a louça, então para evitar acidentes, coloque um tapete próximo à pia. Mas, lembre-se, este precisa ser bem fixado, caso contrário agrava os riscos.
Além da sinalização ser essencial em casos de desnível, barras de apoio e boa iluminação são fatores importantes a serem considerados na reforma.
A escada é um perigo em todas as idades. Agora, imagine para aqueles que já não apresentam tanta coordenação e força física. Se for possível realizar uma reforma mais assertiva no imóvel, as dicas principais contam com a instalação de sensores de luz, corrimão e piso antiderrapante.
Mas, caso o cenário seja outro, mantenha as luzes acesas sempre que for passar pelo trajeto e nunca se esqueça de providenciar barras de apoio. Use fitas antiderrapantes em cada degrau!
Objetos com ângulos retos não são adequados para idosos. Para evitar ferimentos, escolha móveis com bordas arredondadas ou proteja as quinas de mesas e outros móveis que possam representar perigo com adaptadores de silicone – assim como é feito com bebês e crianças pequenas.
Como podemos observar ao longo do artigo, esticar ou abaixar são movimentos que exigem maiores cuidados. Ou seja, realizá-los para alcançar utensílios pode ser incômodo. Sendo assim, é interessante deixar os itens de uso frequente na altura das mãos. Só este cuidado já é de grande auxílio para a acessibilidade de um idoso.
Os pisos estão entre as principais reclamações dos idosos e a solução para evitar maiores acidentes é sempre o modelo antiderrapante. Inclusive, a recomendação é unânime. Em áreas próximas a degraus, escadas ou inclinações de níveis, é preciso um cuidado extra. O ideal é apresentar um acabamento de qualidade e texturas capazes de evitar quedas.
Porém, para mudanças efetivas de curto prazo, existem adesivos autocolantes que podem ser instalados por cima do piso, deixando o acabamento mais potente.
Com menos força na mão, a ideia é facilitar a rotina do idoso e diminuir seus esforços optando por maçanetas do tipo alavanca.
Isso não é incomum, especialmente em mesas com computadores ou móveis com TVs, onde fios e cabos estão espalhados pelo chão. O problema é que facilmente podemos facilmente ficar presos nesses fios e tropeçar. Portanto, sempre que possível, fixe os fios na parede com o auxílio até mesmo de uma fita isolante.
Enxergar todo o chão é essencial para fugir de tombos e mais machucados. Para evitar, a dupla responsável por maiores seguranças é a passagem livre (sem objetos no piso) e boa iluminação. Outra dica é evitar o excesso de móveis, tapetes e qualquer outro item de decoração.
Sobre a iluminação, a ideia é que idoso possa ter todos os seus passos iluminados. Isso inclui a instalação de novas lâmpadas e abajures por toda a extensão do ambiente.
Expostas à chuva, ventos e mais situações, as áreas externas precisam obrigatoriamente contar com a instalação do piso antiderrapante e sinalização de desnível. Especialistas indicam que a inserção de uma faixa amarela ajuda no campo de visão.
Por fim, vimos que há uma extensa lista de adaptações disponíveis no mercado e indicadas por médicos e cuidadores, mas com poucas mudanças já é possível proporcionar maior acessibilidade em casa para os idosos de forma prática e fácil!
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