Arquitetura hospitalar: normas e a construção de ambientes saudáveis

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Projetos especializados para a arquitetura hospitalar visam a recuperação da saúde de pacientes e exigem cuidado com diversos pontos de sua construção. Não à toa, é preciso seguir uma série de normas, como a RDC nº 50, do Ministério da Saúde, que é o documento oficial para o planejamento, programação, elaboração e avaliação de obras em ambientes assistenciais da área. O regulamento deve ser um norte para profissionais que desejam realizar todo o processo proporcionando segurança e bem-estar. 

Além deste, há outros que contribuem efetivamente para o bom funcionamento dos estabelecimentos da saúde. A Anvisa, por exemplo, também elabora manuais com orientações e normas técnicas que devem ser incrementadas à risca. Estar com todos esses parâmetros de segurança higiênico-sanitária em prática é essencial para garantir a saúde dos pacientes, evitar infecções e até mesmo o básico, como conseguir certificações de funcionamento. 

A Anvisa criou especificações e normas para cada setor da saúde. Para hospitais, por exemplo, o título é o “Manual Prático para Arquitetura em Hospitais”, que carrega referências para entender melhor como se deve proceder em projetos arquitetônicos e cada cômodo. O guia prevê a importância em desenvolver um mapa de risco hospitalar para que todos estejam cientes da estrutura e possam garantir a segurança do paciente.

Inclusive, o Brasil é um dos países com normas mais avançadas em relação à arquitetura hospitalar – o que reflete 100% em toda a qualidade dos espaços de serviços ligados ao setor. Porém, como aspecto negativo, elas não são atualizadas há algumas décadas e, para melhores orientações, deveriam passar por algumas revisões mais modernas. Por outro lado, não devem ser menosprezadas em nenhuma hipótese.

Outro ponto para os profissionais se atentar ao lidar com arquitetura hospitalar é o planejamento de móveis e estruturas que possam ser adaptados permitindo reformas e ampliações com pouco deslocamento. 

Normas para arquitetura hospitalar e materiais

Os materiais utilizados também são importantes na arquitetura hospitalar. Muitos profissionais acabam dando mais atenção às regras e abrem mão da escolha correta das matérias-primas. 

Optar por um produto que seja fácil de limpar, com boa durabilidade e que não acumule sujeira, devem estar entre os principais tópicos. Pensando nisso, listamos duas dicas fundamentais: 

Emendas e rachaduras 

Estruturas podem acumular bactérias em suas emendas ou ranhuras provocadas pelo uso. O mais seguro é optar por materiais moldados e estar atento a possíveis rachaduras que possam surgir com o tempo de uso. Solicitar uma peça única aos fornecedores é um dos caminhos mais assertivos.

Materiais naturais

Madeira, mármore e outras estruturas naturais são incríveis estéticamente, mas não são as mais indicadas para ambientes da área hospitalar. Isso porque, por serem naturais, favorecem a proliferação de microorganismos. 

Para proporcionar um espaço aconchegante, o ideal é buscar por cores e materiais que simulam texturas naturais, mas sejam indicados em normas que preveem a higiene sanitária. 

O que mais influencia a arquitetura hospitalar? 

Há fatores que podem influenciar diretamente na saúde, bem-estar e na recuperação dos pacientes. Listamos alguns que são essenciais em projetos hospitalares.

Temperatura

O conforto térmico é fundamental em ambientes da área da saúde, mas a temperatura utilizada deve preservar aparelhos e diminuir a proliferação de vírus e bactérias. Consequentemente, ajudando na melhora do quadro clínico dos pacientes. 

Ventilação

A ventilação natural é extremamente importante para a renovação constante do ar nos espaços da clínica e hospital. Além de auxiliar no combate às infecções e transmissão de doenças por meio da incubação de microrganismos na atmosfera, áreas abertas transmitem mais tranquilidade aos pacientes e familiares. 

Em casos de doenças transmissíveis, o isolamento é desenvolvido de maneira segura prezando pela recuperação e que este se sinta confortável, sem que ocorra o contágio de terceiros. 

Iluminação

Poucos projetistas levam esse detalhe em consideração, mas a iluminação atua no equilíbrio psicofisiológico dos pacientes. O fator é capaz de promover a humanização dos cômodos proporcionando uma sensação de aconchego, melhorando o humor e, dessa forma, o processo de recuperação.

Acessibilidade

Obviamente, estabelecimentos do setor devem estar preparados para receber pessoas com as mais diversas necessidades, desde básicas até específicas. E, para zelar pela saúde e acesso de todos, em suas diferentes condições, toda a estrutura deve ser apta ao uso de muletas, cadeira de rodas, idosos, crianças e gestantes. 

Decoração

Além da decoração e da iluminação, as cores de um ambiente interferem diretamente no humor e relaxamento das pessoas. Em geral, centros de saúde optam por cores frias, representando higiene e neutralidade.

Mas, com a modernização da arquitetura hospitalar, os tons neutros estão cada vez mais dando lugar a cores alegres e quentes – que buscam transparecer acolhimento e bem-estar. Com os novos caminhos, diferentes revestimentos com texturas passaram a ser uma ótima saída para deixar o básico de lado, focando no conforto e sofisticação.

Modelos de cama hospitalar

Normas técnicas para acabamentos na arquitetura hospitalar

Piso

De acordo com a Anvisa, a RDC 50 prevê que em áreas de maior cuidado o piso deve apresentar impermeabilidade menor ou igual a 4%. Além disso, o documento orienta o uso do piso vinílico em manta, já que este é um tipo mais econômico e duradouro.

Vale lembrar que área crítica é todo ambiente com alto risco de contaminação e infecção. Ou seja: UTIs, salas de cirurgias, bancos de sangue e similares. A regra se estende como um conselho para as semi-críticas, que são os ambulatórios e enfermarias.

Com inúmeras limpezas, o revestimento do piso deve ser resistente para que o uso de produtos em excesso não danifique a sua qualidade. E, assim como as estruturas, ele não pode possuir emendas ou juntas para não acumular sujeiras.

Também por indicação da Anvisa, não se deve usar cimento para o rejunte de peça em áreas críticas sem que haja um agente anti absorvente, pois pode gerar o acúmulo de impurezas. 

Tintas

Na arquitetura hospitalar, o modelo de tinta utilizado é um especial para ambientes que necessitam de higienização para eliminar contaminações sérias como centros cirúrgicos, consultórios e clínicas. Seu objetivo é impedir a proliferação de microrganismos com uma tecnologia que desnatura a parede e a membrana celular das bactérias, impedindo sua divisão celular. 

No mercado, as tintas para hospitais são apresentadas em diversas subcategorias, como a antialérgicas e a anti-mofo. Ambas são fáceis de limpar e evitam a proliferação de bactérias, essencial para ambientes hospitalares. Agora, se o ambiente estiver ocupado, a tinta deve ser sem odor e de secagem rápida, o que evita o incômodo e complicações em pacientes. 

Ao todo, as linhas de tinta hospitalar possuem alta cobertura, boa resistência e são desenvolvidas de acordo com as normas e com alto grau de fungicidas e bactericidas que diminuem a proliferação de mofo e bactérias.

Materiais de acabamento para hospitais

Locais que exigem planejamento espacial na arquitetura hospitalar

Escadas

As escadas para hospitais apresentam normas específicas da Anvisa – além de ser obrigatório a ausência de espelhos vazados, o piso das escadas deve conter revestimento antiderrapante.

Rampas

O material do piso não deve ser muito escorregadio, para evitar qualquer tipo de acidente nesta área.

Rodapés

Os rodapés também precisam de atenção especial, pois exigem uma limpeza completa em todo o ambiente hospitalar. Seguindo todos os requisitos exigidos pela Anvisa, o melhor tipo é aquele com alta durabilidade, resistência e fácil limpeza para resistir a fungos e bactérias. 

Em clínicas e hospitais, a norma RDC 50/2002 estabelece que a junta entre o rodapé e o piso deve incluir uma limpeza completa. O rodapé deve ser fortemente arredondado, porque, em outro formato, a manutenção da higiene local é comprometida. Além disso, deve ser instalado com cuidado na parede para ter a base perfeitamente alinhada. Caso contrário, pode causar o acúmulo de poeira.

Conclusão

Uma boa gestão e o respeito às normas na arquitetura hospitalar são essenciais para garantir uma jornada acolhedora ao paciente, desde a recepção, consulta à internação. É importante promover um local agradável visualmente, com espaço, cores, iluminação e mobília confortável. Modernizar seu hospital, clínica ou consultório também promove uma mudança enorme na forma que o usuário enxerga o seu cuidado com ele.

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